sábado, 11 de junho de 2011

DESVARIOS NO BROOKLYN, Paul Auster



Por maior que seja a rejeição que o título do livro possa causar aos que torcem o nariz aos brothers do Norte, vale a pena a leitura desta obra de Auster, um dos "escritores da moda" na literatura ocidental -com direito até a recente aparição na FLIP e figurinha fácil nos cadernos de cultura dos maiores jornais brasileiros. Menos pelo enredo -previsível, recheados de clichês e, às vezes, de uma obviedade irritante- e mais para conhecer o que anda aprontando a literatura norte-americana contemporânea. A obra trata de três gerações de uma desjustada família, cujas trajetórias inesperadamente se entrelaçam em sua rotina de misérias e incidentes, até terminar com um final digno de Zélia Gattai. Ou seja, tudo se encaixa perfeitamente, com famílias reconciliadas, um câncer curado e garantia de sexo regular para o sobrinho intelectual incompreendido. Uma sacada é a teoria do Hotel-Existência, que mereceria um livro à parte. A propalada eleição do ano 2000 surge apenas como referência, sem interferir diretamente na trama. Enfim, a leitura é recomendada, como disse, para efeito de conhecimento do estilo e da capacidade narrativa de Paul -que, a julgar por este livro, deve ter um agente literário pra lá de eficiente.

Sem comentários:

Enviar um comentário