Eu me aventurei na escrita; mas acho que o que li é mais importante do que o escrevi. Pois a pessoa lê o que gosta –porém não escreve o que gostaria de escrever, e sim o que é capaz de escrever (Jorge Luis Borges)
segunda-feira, 27 de junho de 2011
GOMORRA, Roberto Saviano
Alucinante narrativa sobre os tentáculos espessos e infinitos das organizações criminosas da Italia e da China, que acabam por infiltrar-se nos mais importantes portos do mundo. Tráfico de drogas, assassinatos, contrabando, prostituição e dezenas de outros crimes são dissecados em um prosa direta e avassaladora, sem espaço para lirismo ou meias-palavras. Saviano condena também a aura de mito que se estabeleceu em torno da Máfia, graças ao cinema. Sua perambulação pelo sub-mundo não somente do bel paese mas também por outros países da Europa se constitui em um retrato claro da absoluta impotência dos Estados diante da magnitude e da organização das instituições criminosas. A primeira página do livro, que trata de um conteiner sendo aberto enquanto é içado por uma grua, é chocante. Ainda que o autor seja jornalista, Gomorra não é somente uma reportagem. Nem tampouco somente um romance. É um livro que parece definitivo. Uma obra que trata do que pode haver de pior na condição humana. Sem mistificações.
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