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AS DORES E DELÍCIAS DE UMA GENUÍNA ESCRITORA BRASILEIRA
Em “Raízes de Aninha”, Rita Elisa Seda e Clovis Carvalho Britto apresentam um panorama detalhado e primoroso da vida e da obra de Cora Coralina
Ao se deparar com “Raízes de Aninha” (Idéias e Letras, 2009) pelas estantes das livrarias, o leitor provavelmente pensará: ‘outra biografia açucarada e despretensiosa da boa velhinha goiana, em franca fase de beatificação’. Afinal de contas, o folclore que se formou à sua volta, e a simpática foto na capa, fazem questão de remeter exatamente a isto: Cora Coralina é aquela tia do interior que dedica o que resta de sua vida aos parentes e aos doces caseiros.
Ocorre que, ao contrário do estilo que grassa na literatura contemporânea, este livro esmiúça de forma imparcial o que foi a vida de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas: suas lutas, seus sonhos, sua dedicação à família e à sobrevivência diária, seus defeitos, sua -quase inacreditável- fé na religião e no trabalho, e a literatura a refletir tudo isto -sua essência como ser humano, como intelectual e como mulher. Linha a linha, página a página, o leitor não raramente se surpreende com a dedicação e o afinco dos autores em constituir uma obra profunda, fundamentada, minuciosa, realista, com sólidas bases de pesquisa através de fotos, documentos e depoimentos, sem a ordinária preocupação, tão comum em trabalhos desta natureza, de endeusar a memória do biografado.
Clóvis e Rita discorrem com tranqüilidade sobre passagens delicadas da vida de Cora, como sua infância e a relação com o marido -tratadas quase como um tabu pelos leitores- sem perder a característica documental e o “distanciamento” da obra para com a imparcialidade da narrativa, fator fundamental para que o leitor tire suas próprias conclusões.
Ao fim de suas 454 páginas, “Raízes” deixa para o leitor as lições de uma mulher que reuniu, em uma só existência, luta, amor, dedicação ao trabalho e aos filhos, lealdade, amizade, honestidade, engajamento político, integridade intelectual, originalidade artística e um grande comprometimento para com tudo que fosse importante para a sublevação dos menos favorecidos.
Mais do que gostar ou não da poesia de Cora Coralina, Clóvis Britto e Rita Elisa Seda nos possibilitam experimentar mais uma vez a célebre citação de Milton Hatoum, em seu aclamado romance “Dois Irmãos”: “ninguém se liberta só com palavras”.
Em “Raízes de Aninha”, Rita Elisa Seda e Clovis Carvalho Britto apresentam um panorama detalhado e primoroso da vida e da obra de Cora Coralina
Ao se deparar com “Raízes de Aninha” (Idéias e Letras, 2009) pelas estantes das livrarias, o leitor provavelmente pensará: ‘outra biografia açucarada e despretensiosa da boa velhinha goiana, em franca fase de beatificação’. Afinal de contas, o folclore que se formou à sua volta, e a simpática foto na capa, fazem questão de remeter exatamente a isto: Cora Coralina é aquela tia do interior que dedica o que resta de sua vida aos parentes e aos doces caseiros.
Ocorre que, ao contrário do estilo que grassa na literatura contemporânea, este livro esmiúça de forma imparcial o que foi a vida de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas: suas lutas, seus sonhos, sua dedicação à família e à sobrevivência diária, seus defeitos, sua -quase inacreditável- fé na religião e no trabalho, e a literatura a refletir tudo isto -sua essência como ser humano, como intelectual e como mulher. Linha a linha, página a página, o leitor não raramente se surpreende com a dedicação e o afinco dos autores em constituir uma obra profunda, fundamentada, minuciosa, realista, com sólidas bases de pesquisa através de fotos, documentos e depoimentos, sem a ordinária preocupação, tão comum em trabalhos desta natureza, de endeusar a memória do biografado.
Clóvis e Rita discorrem com tranqüilidade sobre passagens delicadas da vida de Cora, como sua infância e a relação com o marido -tratadas quase como um tabu pelos leitores- sem perder a característica documental e o “distanciamento” da obra para com a imparcialidade da narrativa, fator fundamental para que o leitor tire suas próprias conclusões.
Ao fim de suas 454 páginas, “Raízes” deixa para o leitor as lições de uma mulher que reuniu, em uma só existência, luta, amor, dedicação ao trabalho e aos filhos, lealdade, amizade, honestidade, engajamento político, integridade intelectual, originalidade artística e um grande comprometimento para com tudo que fosse importante para a sublevação dos menos favorecidos.
Mais do que gostar ou não da poesia de Cora Coralina, Clóvis Britto e Rita Elisa Seda nos possibilitam experimentar mais uma vez a célebre citação de Milton Hatoum, em seu aclamado romance “Dois Irmãos”: “ninguém se liberta só com palavras”.
Leitura Indicada: Poemas do Beco De Goiás e Estórias Mais, Cora Coralina
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